O que nós, Bruna e Danilo, fazemos acima de tudo é compartilhar as percepções e transformações das nossas próprias vidas com quem topa viver a vida diferente junto com a gente.
E se a nutrição do seu corpo e de sua família também fortalecesse a sua ligação com quem produz seu alimento e com toda a natureza?
Que lugar ocupamos no mundo?
Em dois meses decidimos seguir um chamado maluco e passar de psicóloga e publicitário a nômades sul-americanos. Passamos 2016 e 2017 viajando de carro e nos surpreendendo com as dores e delícias de nos lançarmos ao fluxo da vida. Descobrimos que amávamos mergulhar na cultura local e nos hospedarmos nas casas e corações de quem nos recebia como irmãos. Tivemos ainda a oportunidade de voluntariar em comunidades intencionais na Bahia, o que nos aproximou de uma alimentação mais consciente.
Essa viagem aguçou nossa sensibilidade intuitiva para reconhecer o passo seguinte mesmo enquanto o caminho se abre e se forma. Trilhamos pura gratidão, conexão e manifestação. E a Natural do Sítio é cria desse novo portal em nossas vidas.
Tomamos a autorresponsabilidade sobre nossas decisões dentro desse sistema em que vivemos. Como consumidores – e agora também como produtores – entendemos onde estamos e como agimos. E se entendemos, o queremos rever para sermos melhores?
Como priorizamos nosso servir?
O amor pela produção natural, artesanal e familiar natural e sutilmente se transformou em renda enquanto nos pediam que entregássemos para fora o que trazíamos para dentro de casa e nossos corpos. Fluida e sincronicamente, passamos a levar essa expansão de consciência e estilo de vida para mais famílias. Porque comunidade é assim: queremos ver o sonho do outro florescer e dar o melhor que a gente tem.
Traduzimos nosso amor pela vida e pela natureza em cada produto que trazemos da roça para a mesa de nossos amigos — que é como geralmente são chamados “clientes”. Assumimos esse tom informal porque não operamos como prestadores de serviços convencionais, mas como seres humanos se relacionando.
Trazer afeto às relações é a base de toda a logística por trás de cada cesta. Não exploramos colaboradores, nem a nós, nem à natureza. Lidamos somente com alimentos sem agrotóxicos justamente porque isso prejudicaria a saúde pessoal e planetária. E por isso também que somos guiados pela agroecologia, essa união que vai além apenas do orgânico, mas abarca fortalecer o movimento de regeneração da terra e de quem escolhe viver nela e dela. Assim, temos como parceiros pequenos produtores, produções artesanais, agricultura familiar, alimentos sem agrotóxicos e cheios de amor.
Por que fazer o que fazemos?
A cesta de alimentos sem agrotóxicos é “desculpa” para contribuirmos à grande transformação de consciência que precisamos cultivar se queremos continuar co-existindo no planeta. Acreditamos que todas as trocas que realizamos podem servir à evolução, e vemos a Natural do Sítio como mais uma ferramenta avante. Pessoalmente, nos permite viver no campo. Coletivamente, expandir uma saúde mais holística.
Se sentimos falta de mais frutas em nossas refeições, passamos a buscar e então a comercializar frutas sem agrotóxicos. Se finalizamos o relatório de pedidos e está abaixo do normal, tomamos isso sem menosprezar ou supervalorizar o acontecimento. Desapegamos porque confiamos que o melhor acontece e traz sempre em si a oportunidade de aprendizado. E nos esforçamos para dar um passo de cada vez, fazendo o melhor que podemos hoje. A Natural caminha por onde caminham nossos desejos, crescendo organicamente entre desafios e celebrações.
Ressignificando a relação entre dinheiro e Terra, além do orgânico:
Formamos, aqui na região, parcerias fundamentais de trabalho e de propósitos, com produtores que também escolheram o caminho de priorizar a saúde da terra.
Nas nossas relações comerciais nunca barganhamos preço: o valor pago por uma cenoura, não é o que aquela cenoura vale. O dinheiro é uma forma que encontramos de possibilitar que aquela família continue vivendo no campo, cultivando alimentos, retomando saberes e culturas ancestrais e trazendo-os para as próximas gerações, fomentando que elas vejam prazer e futuro em permanecer no campo. Quanto vale isso? Que atitudes seu dinheiro, tempo e energia sustentam?
Não estamos preocupados em pagar barato e vender caro. Do valor pago por um produto, em geral, 70% a 60% vai para o produtor. Outros produtos têm uma margem maior, porque requerem mais cuidado, refrigeração, ou transporte especial.
Alguns produtos são certificados Orgânicos, alguns estão no processo de certificação, outros não tem condições ou interesse. Respeitamos muito o selo de Orgânicos do Brasil, mas ele não é o único caminho para produzir e comercializar alimentos sem agrotóxicos. Preferimos sustentar Seu Zé Vinagre do que tomar esse ou outro selo como muleta para a qualidade do que entregamos.
E cultivamos esse olhar mais ampliado para cada decisão. Por exemplo, com a pandemia e a demanda de proteger mais os alimentos, nossa política de enviar o mínimo de plástico possível nas cesta mudou. De modo que nossas embalagens gerassem uma menor pegada ecológica, firmamos parceira com o Eu Reciclo, e custeamos a reciclagem de muito mais plástico do que usamos nos nossos produtos. Ainda assim sempre recebemos as embalagens de volta (caixas, vidros e plásticos) de quem quiser e puder retornar para reuso.
Até pouco tempo atrás, o sítio estava aberto a quem quisesse vir conhecer nosso trabalho mais de perto; em breve iremos retomar as visitas aqui que fazem muita falta.
Gratidão por nos escolherem. Muitas famílias se beneficiarão disso. Você está fazendo a diferença para sua saúde, para relações comerciais mais justas e pra nossa Mãe – Terra.